plugue-se, ligue-se, vá Longe!

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Fagner - 01/06/2007









Para alguns mais uns cantor brega. Pra mim e muitos outros um grande poeta, compositor e intérprete da MPB.

Numa sexta-feira gelada de outono me juntei à Família Trapo (como chamo carinhosamente minha família) rumo a mais um show: Raimundo Fagner, no lançamento do álbum "Fortaleza", seu mais recente trabalho.

Desde seu primeiro compacto, gravado em 1971 com o parceiro Wilson Cirino numa idéia da gravadora RGE de repetir o sucesso alcançado com a dupla Antonio Carlos e Jocafi, passando pelo seu primeiro LP solo "Manera Fru-Fru, Manera" (1973) até os dias atuais, Fagner alcançou uma coleção de sucessos populares indiscutível. Nascido em Fortaleza e registrado em Orós, o cearense deixa sua terra natal e parte para o Rio em busca de dar início à sua carreira artística. Chegou a ser abrigado por Elis Regina nos momentos difíceis onde o cantor mal tinha o que comer. Ela também foi muito importante para a visibilidade do artista interpretando e gavando algumas de suas músicas como "Mucuripe". Por isso ele credita a Elis grande esponsabilidade pelo seu sucesso e por ter conseguido enfrentar os obstáculos do começo da sua carreira.

Do início difícil até o seu auge, emplacou diversas canções nas paradas de sucesso das rádios e televisão além dos diversos temas para trilhas de novelas. Dessa forma Fagner entrou para o grupo seleto (talvez nem tanto) dos grandes artistas da música popular brasileira. E então tive a oportunidade de, pela primeira vez, ver um show do cara e junto com as pessoas que me apresentaram suas canções, desde criança quando ele era um dos principais nomes na trilha sonora das viagens para a casa da praia.

O espetáculo aconteceu no Creedicard Hall. Lá estavamos nós, sentados na ala das mesas VIPs, bem pertinho do palco. Assim como a grande parte dos shows com artistas nacionais o atrazo de uma hora não pôde faltar, o que acaba numa ansiedade ainda maior.

Por volta das 22:40 o apresentador anuncia a entrada do artista. As cortinas se abrem com a banda já posicionada e então, de terno e com seus quase 2 metros de altura, Raimundo Fagner entra no palco amparado pelo mesmo violão (ao menos o modelo era o mesmo) que o acompanhou na gravação do seu disco ao vivo de 2000. A banda tocou algumas das faixas do novo disco, entre elas canções de Bach e Vinícius, Sivuca e outros parceiros que sempre acompanham suas composições e engrandecem ainda mais seus álbuns. Ótimos arranjos, composições primorosas e melodias marcantes é o que se pode dizer do que foi apresentado.

Muito bom saber que o cara está na ativa, compondo, arranjando e dando um novo gás pra sua carreira. Todos acolheram muito bem as novas canções mas era clara a intenção da grande maioria (e minha também, é claro): curtir a interpretação dos grandes sucessos e cantar com ele as letras já decoradas na ponta da língua. E ele sabia disso, afinal são mais de 30 anos de experiência em lidar com o público.

Shows pra mim são como momentos mágicos, eu foco o olhar no palco e começo a prestar atenção em tudo, fascinado com tudo que vejo (talvez pela vontade de um dia estar lá em cima). Por dar tanta ênfase à emoção e adrenalina do momento eu acabo não guardando alguns outros detalhes com muita precisão e um deles é o set-list. Lembro sim de tudo o que rolou, mas sem dar a ordem exata das coisas.

Algo bem trabalhado nas músicas do Fagner são os arranjos e isso tem um efeito bem interessante nos shows pois dá pra identificar a música já na introdução. Isso aconteceu logo nos primeiros acordes de "Noturno". Ali deu pra começar a sentir um pouquinho do quanto seria um show bem mais legal do que eu imaginava (e olha que eu já esperava algo muito bom). Entre outras pérolas um momento bem marcante foi o pout-pourri com "Deslizes", "Espumas ao vento" e "Revelação", três das músicas mais esperadas da noite em sequência. Foi um show pra não colocar defeito. Uma banda com músicos muito bons e as canções mais pedidas executadas da melhor forma possível. "Canteiros" , "Guerreiro Menino", "Mucuripe", "Último Pau-de-Arara","Fanatismo", "Jura Secreta", "Borbulhas de Amor", "Pedras que Cantam" e várias outras que eu esqueci completaram o set-list que fez com que eu saísse completamente satisfeito e com a certeza de que não deixarei passar uma próxima oportunidade de assistir a um show do cara.


Quero fechar o Post com a letra de uma música especial pra mim.

Canteiros (Raimundo Fagner. Sobre poesia de Cecília Meirelles)

"Quando penso em você fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa, menos a felicidade


Correm os meus dedos longos em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego já me traz contentamento

Pode ser até manhã, cedo claro feito dia
Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria

Eu só queria ter no mato um gosto de framboesa
Prá correr entre os canteiros e esconder minha tristeza

Que eu ainda sou bem moço prá tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço sem ter visto a vida."


Valeu a todos que têm lido o blog, e um agradecimento especial aos meus pais e minha maninha pela sempre boa companhia e pela pizza frita depois do show.





Abraços e até a próxima.
One, Two, Three, Four!
Bruno Marcel

Indicações
Site Oficial:
www.raimundofagner.com.br
Site do Fã-Clube oficial: www.fagner.com.br

3 Comentários:

Blogger Jaque Bueno Barbate Tristão disse...

""Quando penso em você fecho os olhos de saudade"
Lindooooo...
Essa música é mais do que especial (para mim)
Pois todas as vezes que fecho meus olhos
Fico louca de saudade
E em meu coração invade a felicidade
Uma felicidade sem fim...
Mas que tem um começo...
Que quem sabe será um recomeço...

Adorei a resenha!!!
Ficou lindaaaaaa!!!

Beijo*

7 de junho de 2007 às 22:52

 
Blogger Maria disse...

Oi meu amor,isso foi fruto mesmo de todas aquelas idas pra nossa prainha(que saudade tb)mas o melhor e ver vc e a Thata curtirem o que é bom na musica, sem se importarem com o que os outros pensam.Avaliarem vocês mesmo o que é bom,foi assim em vários outros shows ne?um beijo

11 de junho de 2007 às 15:55

 
Blogger Unknown disse...

Atraso é desse jeito:com S

12 de março de 2019 às 17:12

 

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial